CRMV-RJ encaminha denúncia ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) de suposto caso de maus tratos por um influenciador digital ter “sedado” um animal

O CRMV-RJ vem a público informar que encaminhará denúncia ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) após tomar conhecimento de suposto caso de maus tratos por um influenciador digital ter “sedado” um animal.

A prática clínica em todas as suas modalidades, segundo a Lei Federal 5517/1968, em seu artigo 5°, é privativa do médico-veterinário. Sedar ou anestesiar um animal, independentemente da situação, é um ato clínico onde somente o médico-veterinário poderia fazê-lo, por ser o único profissional habilitado por Lei e qualificado tecnicamente.

Segundo informações, um tranquilizante fenotiazínico foi utilizado no animal. Quando administrado incorretamente, o medicamento pode causar hipotensão ou baixa pressão sanguínea por dilatar os vasos sanguíneos, além de depressão cardiovascular ou respiratória, podendo levar o animal ao óbito.

O uso de alguns medicamentos controlados geram perda de consciência, mas o animal continua recebendo e processando os estímulos dolorosos. Ou seja, apesar de imóvel, o animal poderia continuar sentido muita dor.

A população deve consultar orientação especializada de um médico-veterinário quando for necessário planejar um protocolo de anestesia e controle da dor. A dor resulta em alterações fisiológicas, bioquímicas e comportamentais significativas e indesejáveis, comprometendo, e muito, no bem-estar animal.

O CRMV-RJ informa que luta constantemente pela valorização do ato médico veterinário. Esta autarquia ainda lamenta que casos como estes continuem ocorrendo e com o agravante da publicidade do fato, na tentativa de se conseguir mais seguidores ou curtidas nas redes sociais, usando o cão como objeto de impulsionamento.

Em respeito ao ato médico, privativo do médico-veterinário e representando os quase 20 mil profissionais jurisdicionado no CRMV-RJ, esta autarquia irá até o fim neste caso para que atitudes como estas sejam banidas. O Conselho ainda pedirá adoção de externo rigor ao MPRJ para entender como um leigo teve acesso e manuseado supostamente o fenotiazínico, controlada e fiscalizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), onde somente o profissional médico-veterinário através do Sipeagro, teria acesso.

Se houver a participação de algum médico-veterinário na cessão ou doação do medicamento controlado, este será rigorosamente punido na esfera ética e denunciado na esfera criminal.

A valorização do profissional médico-veterinário é a busca constante do CRMV-RJ. Não banalizar um ato desprezível deste cidadão, é sim valorizar e exaltar o profissional médico-veterinário. Não por reserva de mercado, mas sim por habilitação legal e capacidade técnica e respeitando o bem estar animal.

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