CRMV-RJ averigua que não havia médico-veterinário como responsável técnico na Campanha de Vacinação contra a Raiva de Magé

USF Santo Aleixo

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), através do Departamento de Fiscalização, averiguou que não havia médico-veterinário como responsável técnico na Campanha de Vacinação contra a Raiva em cães e gatos, realizada pela Prefeitura de Magé, no último final de semana. O município também não informou previamente ao Conselho que haveria a campanha.

A autarquia visitou a Unidade de Vigilância Em Saúde da Vigilância Sanitária do município, nesta semana, após receber a informação de que, no último sábado (4), Dia D da campanha que realizou cerca de 36 mil atendimentos em 53 postos de vacinação, ocorreram reações adversas em alguns animais. O evento em questão aconteceu no distrito de Santo Aleixo na Unidade de Saúde da Família (USF) Britador. De acordo com o informado pela Prefeitura, “na auditoria a conclusão primária foi falha humana, havendo a constatação do uso de Insulina Regular Humana (IRH) ao invés do imunizante antirrábico”.

De acordo com o apurado durante a visita, as vacinas antirrábicas estavam acondicionadas em um isopor onde, por falha humana, também foram colocadas insulinas. A prefeitura atribuiu o fato como isolado e informou que todos as partes envolvidas foram afastadas de seus cargos e foi instaurado processo de Sindicância que segue em andamento, apurando os fatos, até que as medidas cabíveis possam ser tomadas.

Durante a visita do CRMV-RJ, o fiscal ainda reforçou o que já é devidamente sabido, que é necessário e imperioso ter uma anotação de responsabilidade técnica homologada junto ao Conselho para realização dessas campanhas de vacinação.

A Autarquia esclarece que é importante manter a vacinação do animal em dia, pois essa é a forma mais eficaz de evitar a raiva. Provocada por vírus, a doença é infecciosa e pode ser transmitida pela saliva quando o vírus se aloja em ferimentos ou lesões, podendo afetar a maioria dos mamíferos, incluindo, os humanos. O ato vacinal deve ser sempre acompanhado e supervisionado por um médico veterinário. Solicitamos que a população questione sempre quem é o profissional devidamente habilitado por lei como responsável pelo posto de vacinação, que é o médico veterinário.

Em nota, a Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde, esclareceu que o fato ocorrido “se tratou exclusivamente de casos isolados derivados de falha humana, sendo o imunizante equivocadamente substituído por insulina”.

“Nos 25 animais que participaram da campanha de vacinação que foram relatados sintomas após o procedimento e nos 11 que vieram a óbito, não foram aplicadas vacinas antirrábicas quando atendidos na Unidade de Saúde da Família do Britador, no município de Magé, durante o dia 04 de setembro de 2021. Neste sentido, é importante que os serviços de vacinação fiquem atentos com a apresentação do produto e armazenamento, com objetivo de otimizar o uso do imunobiológico e evitar erros de imunização. Até o presente momento, não foi comprovado nenhum problema técnico e/ou irregularidades com o lote de vacinas distribuída pela Secretaria Estadual de Saúde, aos 92 municípios do estado. A distribuição e aplicação destes lotes de vacina antirrábica a serem utilizadas não oferecem riscos a população animal, desde que planejada e conduzida corretamente.

A SES/RJ reforçou a necessidade de vacinação dos animais em todos os municípios. O dia “D” da vacinação deve ser mantido no dia 25 de setembro de 2021.

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