Diga não à fake news! CRMV-RJ esclarece que gato não é o responsável pela transmissão da esporotricose

Recentemente, uma matéria publicada por O Globo intitulada “Esporotricose: o que é a doença transmitida por gatos que está descontrolada?” tem levantado preocupações infundadas sobre os felinos como os principais culpados pela disseminação da esporotricose. O CRMV-RJ, vem a público esclarecer que os gatos não são os principais responsáveis pela transmissão dessa doença micótica, e é crucial compreender a verdade por trás da propagação deste mal.

Ao negligenciar a visão de especialistas no assunto, como médicos-veterinários, a matéria em questão falha em fornecer um retrato completo e preciso sobre a esporotricose e suas causas, resultando em informações sensacionalistas, alimentando o estigma em torno dos gatos e propagando mitos infundados.

A esporotricose é uma doença fúngica que pode afetar tanto humanos quanto animais, incluindo gatos. No entanto, a transmissão não é exclusiva aos felinos e pode ocorrer através do contato com solos contaminados, como jardins e hortas. Além disso, o papel dos gatos na transmissão da esporotricose é frequentemente mal interpretado.

“O aumento de casos em animais e em pessoas, a falta de notificação, a banalização da doença, o tratamento mal acompanhado e uso indiscriminado de drogas antifungicas configuram um cenário preocupante para a evolução epidêmica da doença. Precisamos discutir, debater e criar soluções e políticas públicas em saúde pública, saúde única, medicina veterinária do coletivo para uma ação sustentável e duradoura, para a diminuição da doença e contribuir para a minimizar a vulnerabilidade social no nosso país”, declarou médico-veterinário Paulo Abilio Varella Lisboa, que é pesquisador ICTB/Fiocruz.

É importante reforçar que a esporotricose tem tratamento, cura e o diagnóstico dos animais pode ser feito em clínicas veterinárias. Por isso, o animal com suspeita de esporotricose não deve ser abandonado, maltratado ou sacrificado. Com tratamento adequado e informações corretas sobre os cuidados necessários, é possível promover a cura do animal.

É crucial enfatizar a importância de fontes confiáveis e especializadas ao relatar questões de saúde pública, especialmente quando envolvem a reputação de animais de estimação. A disseminação de informações imprecisas pode levar a um tratamento injusto e preconceituoso contra os gatos, além de desviar a atenção das medidas essenciais para controlar efetivamente a propagação da esporotricose.

A disseminação de desinformação apenas prejudica a compreensão pública e a capacidade de lidar adequadamente com questões de saúde complexas como a esporotricose.

O CRMV-RJ se coloca à disposição da imprensa para abordar com precisão informações relativas à saúde animal, promovendo a conscientização e a disseminação de conhecimento fundamentado.

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