Planos de saúde na Medicina Veterinária: Baixa remuneração profissional e precarização dos serviços médico-veterinários

O CRMV-RJ tem recebido inúmeras denúncias de má qualidade no atendimento por parte dos profissionais credenciados a planos de saúde veterinária. O rápido atendimento e a falta de sensibilidade ao ouvir o responsável pelo animal têm gerado desconfortos na relação entre médico e cliente, resultando em erros por negligência médica.

É importante ressaltar que não existe qualquer afastamento de responsabilidade para o profissional simplesmente porque está sendo “remunerado” pelo plano de saúde. O médico-veterinário é responsável ética, civil e criminalmente.

“É sabido que os planos de saúde pagam valores insignificantes aos profissionais, levando os médicos veterinários a atenderem um grande número de pacientes diariamente, resultando em maior estresse e fadiga. Esse aumento na carga de trabalho impacta a saúde mental dos profissionais”, declarou o presidente do CRMV-RJ, Diogo Alves.

Na Medicina Veterinária, são frequentes os contratos precários que deixam o médico-veterinário, prestador de serviço, em uma situação instável e insegura. Isso leva-os a trabalhar além do razoável para alcançar um valor digno e manter a saúde financeira do seu negócio. Além disso, o que se observa são valores irrisórios pagos por atendimentos médico-veterinários, indo contra os cinco anos de intenso estudo na área.

“Os empresários dos planos de saúde parecem não compreender que, embora obtenham mão-de-obra barata devido à proliferação de faculdades de medicina veterinária que priorizam números em detrimento da qualidade, acabam perdendo dinheiro ao pagar honorários tão baixos aos médicos-veterinários. Esses, por insegurança técnica ou para aumentar o faturamento da empresa, solicitam exames complementares desnecessários, o que impacta nos custos para o consumidor final no futuro”, emendou Alves.

O CRMV-RJ ressalta que um bom exercício da medicina veterinária exige mais do que um exame físico superficial. Envolve sensibilidade ao ouvir o responsável pelo animal, avaliar sinais e sintomas do paciente e realizar um exame detalhado. Cabe afirmar, com segurança, que a probabilidade de cometer erros graves aumenta perigosamente quando os profissionais realizam consultas que duram menos de 10 minutos.

Lembre-se: Do ponto de vista ético e legal, a frase “eles fingem que pagam, a gente finge que atende”, sempre recai sobre o profissional médico-veterinário.

O Conselho alerta que a questão dos planos de saúde na medicina veterinária é algo a ser cuidadosamente ponderado e avaliado para não se submeter a condições que possam representar um aprisionamento profissional.

Independentemente da decisão de atender por convênios ou não, é crucial que o profissional veja seu consultório/clínica como um empreendimento que requer atenção estratégica. É necessário investir tempo no planejamento de ações de divulgação e na melhoria da qualidade do atendimento.

Sejam bem-vindos ao novo CRMV-RJ, sempre pensando em você, médico-veterinário.

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