CRMV-RJ faz alerta sobre banalização publicitária de orquiectomia felina

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) tem notado um aumento significativo de publicidades ofertando o serviço de “castração” por módicos R$ 50 (cinquenta reais). A prática comercial, apesar de chamar atenção pelo seu valor simbólico, equiparando-se ao preço de uma pizza ou um simples lanche, levanta uma série de questões quando se trata de procedimentos cirúrgicos veterinários, em especial a orquiectomia felina.

O Conselho ressalta a importância de compreender que o ato médico não deve ser mensurado apenas pelo preço, mas sim pela qualidade e responsabilidade que envolvem a intervenção cirúrgica em animais. A orquiectomia, é uma cirurgia que demanda cuidado, experiência e materiais específicos. Reduzir seu valor a uma quantia tão baixa levanta preocupações quanto à prática ética e à qualidade do serviço oferecido.

A lógica de que “o barato sempre sai mais caro” é pertinente quando se trata do bem-estar animal. Os preços muito abaixo da média podem ser indicativos de cortes de custos que comprometem a segurança do animal submetido ao procedimento. A utilização de materiais de qualidade duvidosa, a falta de infraestrutura adequada, a ausência de anestesia apropriada e a carência de cuidados pós-operatórios são apenas algumas das questões que podem estar por trás de um preço baixo.

O CRMV-RJ ainda destaca que preços baixos muitas vezes atuam como chamarizes de gastos indiretos. Todavia, o que, inicialmente, parece uma economia para o cliente, pode se transformar em um custo mais elevado no futuro, devido complicações decorrentes de uma cirurgia mal realizada, que podem demandar tratamentos adicionais, medicamentos, internações e até mesmo uma nova cirurgia, resultando em despesas muito superiores às economias iniciais.

Outra prática que merece atenção especial é a venda casada, que, quando aplicada indevidamente, configura-se como crime. Vender serviços adicionais obrigatórios ou não solicitados junto com a orquiectomia, sob a justificativa de serem essenciais, é uma prática antiética e ilegal. É dever do profissional agir com integridade e transparência, garantindo que os responsáveis tenham pleno conhecimento dos serviços prestados e dos valores envolvidos, para que possam tomar decisões informadas sobre o cuidado de seus animais de estimação.

Esta autarquia alerta que é fundamental priorizar a qualidade, a ética e o respeito à Resolução nº 1138/2016, a fim de garantir o melhor cuidado possível para os animais. A saúde e o bem-estar dos pets não devem ser comprometidos em prol de práticas comerciais irresponsáveis.

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