Rio de Janeiro confirma novo caso de raiva canina

O Laboratório Municipal de Saúde Pública do Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaistman diagnosticou o resultado de exame positivo para raiva de amostra de animal da espécie canina originário do município de Maricá, na Região Metropolitana do Rio. Em 2021, o mesmo instituto reportou um outro caso, também em um cão, ocorrido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ambos os animais, segundo informações prestadas pelos responsáveis, tiveram contato com morcegos.

 

A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Saúde, informou que a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro confirmou que o cão engoliu um morcego na cidade. O contato com o morcego foi na terça-feira (6/12). Segundo o responsável, os sintomas iniciaram na sexta-feira (9/12) e o animal foi levado para atendimento em uma clínica da região na quarta-feira (14/12). O animal veio a óbito quinta-feira (15/12), mesmo dia que a Vigilância em Saúde do município foi comunicada e deu início a investigação laboratorial, confirmando o caso no sexta-feira (16/12), pelo Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman.

 

Vale destacar que o cachorro era doméstico e não teve contato com outros animais, portanto um episódio isolado. Mesmo assim, a Vigilância em Saúde de Maricá realizou as ações de bloqueio recomendadas pelo Ministério da Saúde para essas situações, que consiste na vacinação de cães e gatos próximos ao endereço do animal e levantamento dos contactantes para acompanhamento pós-exposição. A Secretaria de Saúde segue monitorando o caso.

 

Embora o ciclo da raiva urbana, mantido pelos cães, tenha sido eliminado no Brasil e na maioria dos países das Américas, casos esporádicos da doença em animais podem ocorrer, porque a raiva em animais silvestres, principalmente em morcegos, persiste em nosso meio, inclusive em áreas urbanas e o contato com esses animais traz risco de transmissão de raiva para animais domésticos e para as pessoas.

 

“Em que pese, a Raiva por variante 2 estar possivelmente controlada no estado do Rio de Janeiro, o nosso Centro Estadual de Pesquisa em Sanidade Animal Geraldo Manhães Carneiro (CEPGM) da Pesagro-Rio, tem detectado a circulação da variante 3 (variante do morcego) em áreas rurais e urbanas, apresentando o risco e a possibilidade de que cães e gatos sejam infectados por esta variante através de morcegos”, informou a médica-veterinária Leda Kimura (CRMV-RJ 2195), responsável pela área de virologia do CEPGM da Pesagro-Rio.

 

A profissional ainda alertou que proprietários de cães e gatos, portanto, devem ser orientados quanto à importância da continuidade da vacinação antirrábica, pois a vacina protege contra as variantes citadas.

 

“O alerta deve versar, ainda, sobre os riscos de animais serem expostos ao vírus através de brincadeiras envolvendo quirópteros, exigindo atenção para a identificação e a efetivação de medidas profiláticas pós-mordedura de morcegos também em humanos”, declarou.

 

Animais domésticos que tenham contato com animais silvestres suscetíveis a raiva devem ser avaliados por um médico-veterinário sobre o risco terem sido infectados.

 

Nas páginas de internet dos Serviços de Saúde Municipais, Estaduais, Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde/Organização Pan-Americana da Saúde, podem ser obtidas informações sobre prevenção da raiva.

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