CRMV-RJ se preocupa com aprendizado acadêmico nos cursos semipresenciais

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), através da Comissão Estadual de Educação, informa que esta autarquia – como instituição responsável pela fiscalização do exercício profissional, valorizando os profissionais e empresas que atuam com competência e ética e em defesa da sociedade – acompanha com grande preocupação a proliferação da oferta de cursos na modalidade à distância ou semipresencial.

A Medicina Veterinária atua na saúde de todos os animais, na qualidade dos produtos de origem animal, nas zoonoses, garantindo assim a Saúde Única (saúde animal, a saúde humana e do meio ambiente). Está inserida direta e indiretamente no agronegócio e no mercado pet que movimentam, de forma incontestável, a economia brasileira e mundial. Sendo assim, deve ser reconhecida por todas as instâncias e autoridades da saúde e da economia no país e no mundo. Desta forma, determina-se a importância da Medicina Veterinária para a segurança e proteção de toda a sociedade e o meio ambiente.

Como profissional da saúde, de atuação multifacetada, a formação do médico-veterinário requer, entre outras, corpo docente qualificado e competente, infraestrutura adequada, com atividades práticas presenciais regulares, nos diferentes laboratórios de ensino, na clínica escola e na fazenda escola.

Como atender às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Ministério da Educação (MEC) para os Cursos de Medicina Veterinária, que determinam que as atividades práticas devam ocorrer desde o primeiro período do curso e que o último ano deverá ser com atividades de estágio “em regime intensivo e exclusivo”, em cursos que propõe uma formação na modalidade à distância ou “semipresencial”?

Como desenvolver adequadamente as competências e habilidades práticas, explícitas nas DCN’s, fundamentais e inquestionáveis para a formação nas áreas de clínica, cirurgia, apoio diagnóstico, tecnologia e inspeção de produtos de origem animal e saúde pública, dentre outras não menos importantes, se o curso não é presencial? Abrir mão do ensino presencial na formação acadêmico profissional compromete o processo de ensino e aprendizagem.

É inconcebível e irresponsável. Cabe, antes que seja tarde, irreparável, irreversível e com danos incalculáveis para a vida animal e humana, o alerta sobre os riscos e potenciais prejuízos que tais modalidades de ensino representam para a formação dos médicos-veterinários, cumprindo o papel do CRMV-RJ, por meio de sua Comissão Estadual de Educação, perante a responsabilidade com os médicos-veterinários e demais membros da sociedade, que exige cada vez mais profissionais qualificados e bem formados.

O MEC é o responsável pela autorização e avaliação dos cursos. No entanto, o CRMV-RJ lamenta a autorização e funcionamento de EAD e semipresenciais pelo Ministério da Educação.

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