
Um episódio trágico ocorrido nesta semana em Minas Gerais chama a atenção para os perigos representados por animais peçonhentos nas áreas urbanas. Arthur Saymon, de apenas sete anos, morreu após ser picado por um escorpião dentro do carro da família, na última terça-feira (22), enquanto retornava para casa em Belo Horizonte.
A criança estava acompanhada da mãe no momento do acidente. Em estado grave, foi inicialmente levada à UPA de Mariana, na Região Central do estado. De lá, foi transferida de helicóptero para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Durante o voo, apresentou queda de saturação e sofreu uma parada cardiorrespiratória a poucos minutos do pouso. Apesar dos esforços das equipes de resgate e dos médicos da unidade, Arthur não resistiu e teve sua morte confirmada na quarta-feira (23) pela própria mãe.
Casos como esse evidenciam a crescente presença de escorpiões em ambientes urbanos e acendem um alerta sobre a importância de medidas preventivas e do papel estratégico dos médicos-veterinários na saúde pública.
Muito além dos cuidados com animais domésticos, os médicos-veterinários atuam diretamente no controle de espécies peçonhentas como os escorpiões, contribuindo com ações educativas, monitoramento, prevenção e resposta a emergências.
Entre suas atribuições estão:
– Educação da população: Orientam sobre os riscos e medidas de segurança em relação aos escorpiões, incluindo o que fazer em caso de acidente.
– Controle ambiental: Recomendam práticas para reduzir a presença desses aracnídeos, como vedar frestas, manter ambientes limpos e evitar o acúmulo de entulho.
– Atendimento a animais vítimas de picadas: Em casos de acidentes com pets, são os responsáveis pelo diagnóstico e tratamento adequado.
– Pesquisas e vigilância: Contribuem para o desenvolvimento de métodos eficazes de controle, análise das toxinas e produção de soro antiescorpiônico.
– Ações interdisciplinares: Trabalham junto a profissionais da saúde humana e áreas afins no enfrentamento coletivo desse tipo de problema.
Medidas de prevenção contra escorpiões
A prevenção ainda é a melhor forma de evitar acidentes. Algumas orientações incluem:
– Manter terrenos, jardins e quintais limpos, evitando entulhos, folhas secas e materiais de construção.
– Aparar a grama com frequência e evitar folhagens muito próximas a muros e paredes.
– Sacudir roupas, sapatos e toalhas antes de usá-los.
– Controlar a população de insetos, especialmente baratas, que são fonte de alimento para escorpiões.
– Observar cuidadosamente frutas, verduras e hortaliças ao trazê-las para casa.p
– Vedar frestas em paredes, ralos e assoalhos, bem como espaços entre telhados e forros.
A população também pode colaborar com o monitoramento da presença desses animais, informando ocorrências ao Instituto Vital Brazil, pelo telefone 0800 022 1036 ou pelo e-mail sac@vitalbrazil.rj.gov.br.
Investir na prevenção e reconhecer o papel de profissionais especializados é essencial para proteger vidas — humanas e animais — diante de riscos que, embora silenciosos, são reais e presentes.
