Durante uma fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) em um castramóvel administrado pela Secretaria Municipal da Causa Animal e da Agricultura de Armação dos Búzios, foram encontrados diversos traqueotubos descartáveis — equipamentos essenciais para a intubação de animais — já embalados para esterilização e reutilização em outros pacientes.
O item, que tem valor irrisório para ser reaproveitado, deve ser utilizado apenas uma vez por animal. A prática antiética, representa grave risco sanitário, podendo provocar contaminações cruzadas e comprometer o bem-estar dos animais atendidos.
A diligência fiscalizatória, realizada no dia 9 de outubro, também constatou diversos medicamentos vencidos, como isoflurano e cloridrato de lidocaína, além de seringas com substância diluída e sem identificação, impossibilitando a verificação do tipo, da validade e da procedência do fármaco. O CRMV-RJ ressalta que o uso de produtos nessas condições coloca em risco a saúde animal e contraria as normas que regem o exercício da Medicina Veterinária.
O castramóvel estava estacionado no bairro São José, com previsão de permanecer no local por 30 dias, e realiza campanhas de castração de cães e gatos sob gestão da Prefeitura de Armação dos Búzios. No momento da fiscalização, foi identificada uma médica-veterinária no local acompanhada por estagiários. A profissional será convocada para prestar maiores esclarecimentos ao CRMV-RJ.
A equipe do CRMV-RJ verificou ainda a ausência de documentos obrigatórios, como o Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), além de não possuir ART homologada com a indicação do endereço e do período de funcionamento.
Além das irregularidades, também foi constatado que o veículo não possuía emplacamento junto ao Detran-RJ, impossibilitando sua circulação legal, e apresentava estrutura inadequada para o manejo de felinos, com pequenas janelas que poderiam facilitar fugas e ausência de área externa cercada.
Diante das irregularidades, esta autarquia determinou o descarte imediato dos produtos vencidos e dos materiais descartáveis, além do envio de comprovantes das medidas adotadas, da relação dos médicos-veterinários atuantes e de documentação que comprove a esterilização adequada dos materiais utilizados.
O Conselho reitera que continuará atuando de forma rigorosa para garantir que campanhas públicas de castração sejam realizadas com segurança, ética e sob supervisão técnica adequada.