O Brasil confirmou o primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial de frangos no município de Marau, no Rio Grande do Sul. Até então, os casos registrados se restringiam a aves silvestres e de subsistência. Com a nova ocorrência, o país perde o status de livre da doença em produção comercial — o que impacta diretamente a economia, a segurança dos alimentos e a vida dos brasileiros.
O primeiro efeito perceptível é no bolso do consumidor. Com a possibilidade de redução na produção e a imposição de barreiras por países importadores, o frango, proteína de menor custo e muito presente no prato do brasileiro, tende a ficar mais caro. A alta pode se estender aos ovos e até a outros alimentos, como soja e milho, componentes essenciais da ração animal, com reflexos na inflação.
O Rio Grande do Sul é responsável por mais de 13% das exportações nacionais e 11% dos abates de frangos no Brasil. O estado faz parte da região Sul, que concentra 65% da produção e 78% da exportação brasileira de carne de frango. O avanço da doença em áreas de grande produção pode comprometer toda a cadeia avícola e gerar perdas bilionárias.
Nesse cenário de alerta, o papel dos médicos-veterinários é estratégico e essencial. Esses profissionais estão na linha de frente das ações de vigilância e controle, desde a identificação precoce da doença até a implementação de medidas de contenção e biosseguridade. É por meio do trabalho técnico, ético e responsável do médico-veterinário que se garante a sanidade dos plantéis, a rastreabilidade das informações e a segurança dos alimentos que chegam à mesa do consumidor.
O CRMV-RJ reforça que o combate à gripe aviária depende da atuação integrada dos serviços oficiais e da valorização do trabalho do médico-veterinário, profissional fundamental para preservar a saúde animal, proteger a saúde pública e manter a estabilidade econômica do país.