
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) sediará, nesta quinta-feira (4 de dezembro, às 14h), uma audiência pública dedicada a discutir a situação enfrentada pelos gatos que vivem na Ilha Furtada, conhecida popularmente como Ilha dos Gatos, localizada em Mangaratiba, na Costa Verde. O encontro ocorre no Auditório 1801 do Edifício Lúcio Costa e reunirá autoridades, pesquisadores, entidades da sociedade civil e representantes do poder público.
A Ilha dos Gatos é marcada por um histórico de abandono que atravessa décadas. Registros apontam que, na década de 1950, uma família teria levado gatos para a ilha ao tentar ocupá-la. O retorno ao continente, sem os animais, deu início à formação descontrolada de uma população felina que, ao longo dos anos, se multiplicou e passou por um processo de feralização. Atualmente, os gatos vivem em condições precárias, sem acesso adequado a água potável ou alimento, além de causar desequilíbrios ambientais ao interagir com a fauna silvestre local.
Diante desse cenário, o deputado estadual Carlos Minc atendeu ao pedido do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) para a realização da audiência pública, com o objetivo de promover um diálogo amplo e responsável sobre as medidas necessárias para enfrentar o problema, que já configura uma questão de saúde pública, bem-estar animal e proteção ambiental.
A audiência contará com a participação de pesquisadores e especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), IBAMA, UFRRJ, UENF, Instituto Boto Cinza, além de representantes da Prefeitura de Mangaratiba, que apresentarão estudos e propostas de manejo.
Entre os principais objetivos do debate estão estabelecer um censo populacional dos felinos; promover a remoção, avaliação clínica, tratamento e castração dos animais; oferecer abrigamento adequado e incentivar a adoção responsável; investigar possíveis contaminações por toxoplasmose em gatos, animais silvestres e no ambiente; implementar campanhas de educação ambiental e conscientização sobre tutela responsável; intensificar ações de controle populacional no município e região; reforçar a fiscalização e a coibição do abandono, incluindo práticas relacionadas a embarcações; desenvolver ações voltadas à recuperação ambiental da ilha; e sensibilizar a sociedade sobre a interdependência entre saúde humana, animal e ambiental, alinhando-se ao conceito de Uma Só Saúde.
O CRMV-RJ reforça a importância da participação de médicos-veterinários, estudantes, protetores, entidades e cidadãos comprometidos com o bem-estar animal, a saúde pública e a preservação ambiental. A presença de todos é fundamental para construir soluções efetivas e sustentáveis para a Ilha dos Gatos.
