Parasitas: Ameaça à saúde e à produtividade da pecuária brasileira

A pecuária brasileira, fundamental para a economia do país, enfrenta desafios relacionados aos parasitas que comprometem a saúde dos bovinos e impactam diretamente a produtividade e a rentabilidade do setor. Estima-se que as perdas anuais causadas por parasitas internos e externos ultrapassem US$ 13,96 bilhões, de acordo com o médico-veterinário Argemiro Sanavria (CRMV-RJ 4447), presidente do Grupo de Trabalho de Homeopatia Veterinária do CRMV-RJ e professor titular do Departamento de Medicina Veterinaria Preventiva, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Esses parasitas podem ser internos, como os vermes gastrointestinais, ou externos, como carrapatos e moscas, e ambos desencadeiam uma série de problemas que geram prejuízos financeiros significativos aos produtores rurais.

Argemiro explica que os parasitas podem resultar em “perda de peso (até 41 kg/ano em bovinos de corte); queda na produção de leite (até 0,6 kg por dia em bovinos leiteiros); atraso no crescimento e diminuição na eficiência reprodutiva; e impacto no bem-estar animal, aumentando a vulnerabilidade a outras doenças”.

“O parasitismo bovino no Brasil é uma das maiores causas de prejuízos na pecuária, e essas perdas econômicas refletem não apenas os efeitos diretos dos parasitas sobre os animais, mas também a necessidade de adoção de medidas preventivas e corretivas, que exigem investimento constante por parte dos pecuaristas”, disse.

Entre os parasitos relevantes que afetam o bem-estar do gado e a produtividade no Brasil e seu impacto econômico em dólares incluem: Nematódeos gastrintestinais: US$ 7,11 bilhões; carrapato bovino (Rhipicephalus (Boophilus) microplus): US$ 3,24 bilhões; mosca-dos-chifres (Haematobia irritans): US$ 2,56 bilhões; berne (Dermatobia hominis): US$ 0,38 bilhões; mosca-da-bicheira (Cochliomyia hominivorax): US$ 0,34 bilhões; e a mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans): US$ 0,34 bilhões.

Métodos de combate aos parasitas

Os métodos e ações devem ser consideradas pelos tomadores de decisão para influenciar programas de investigação e regulação, a fim de desenvolver políticas sustentáveis que reduzam o impacto do parasitismo sobre a rentabilidade dos pecuaristas brasileiros. Seguem as dicas do médico-veterinário:

1. Produtos Convencionais: Uso de antiparasitários químicos, como ivermectinas e benzimidazóis, ainda é predominante, mas o uso excessivo promove resistência.
2. Fitoterapia: Extratos vegetais, como óleos essenciais e compostos bioativos, oferecem alternativas naturais, com menor impacto ambiental.
3. Homeopatia: Utilização de medicamentos homeopáticos específicos para estimular a imunidade natural dos bovinos como preventivo e controle.
4. Controle biológico: Implementação de inimigos naturais, como fungos e predadores de parasitas, para reduzir populações sem causar danos ao meio ambiente
Efeitos causados pelos parasitas

Papel do médico-veterinário

O médico-veterinário e imprescindível na orientação do manejo integrado e a aplicação correta de tratamentos, minimizando resistências e garantindo a saúde do rebanho, conforme explica Argemiro.

“Na exportação de carne, sua atuação assegura que os produtos atendam aos padrões internacionais de qualidade e sanidade, fator crítico para o Brasil, que lidera o mercado global de carne bovina. A contribuição para o PIB nacional é significativa, com a pecuária representando cerca de 8% do total sendo o medico-veterinário essencial na identificação, controle e prevenção de parasitas”, finalizou.

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