Dia Internacional da Mulher: Zootecnista comenta sobre habilidades naturais

Nesta quarta-feira, a profissional da série do CRMV-RJ “Mulheres que nos representam” é a zootecnista Sula Alves, que é diretora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e coordenadora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade e Meio Ambiente do Conselho Mundial da Avicultura (IPC, sigla em inglês).

As entrevistas são homenagens do Conselho ao Dia Internacional da Mulher, comemorado anualmente no dia 8 de março, data esta que reforça e amplifica os debates relacionados à luta por igualdade de direitos, combate à violência doméstica e discussão sobre relações profissionais.

A destaque do dia declarou que todo espaço que conquistou foi uma mistura de fé, estudo e disposição e acrescentou que é “importante ter postura, para que conquistemos nosso espaço com profissionalismo”.

  1. Como surgiu seu amor pela zootecnia?

Ainda quando estudante do ensino médio, descobri que existia uma profissão que reunia diversas funções que eu amava: cuidar dos animais, produzir alimentos, preservar os recursos naturais e lidar com tecnologia. Essa profissão, a Zootecnia, até então desconhecida para mim, me pareceu a resposta para aquela dúvida que todos passam nessa fase: o que farei do meu futuro profissional? Na zootécnica me encontrei e me realizo.

  1. Como você consegue conciliar sua atividade profissional ao fato de ser mãe e mesmo assim exercer a profissão com excelência?

Esse realmente é um desafio que nem nos damos conta. Quando chega o fim do dia você pensa: ufa! Fiz tudo isso? É necessária muita dedicação, criatividade e jogo de cintura, que digamos, é algo nato na mulher. Claro que necessito e eventualmente tenho ajuda na tarefa de ser mãe, e me cerco também de excelentes profissionais em meu time, que embora não tenha sido proposital, são todas mulheres que me acompanham nesse ritmo quase sempre insano.

  1. Alguma vez você sentiu na pele indícios de preconceito pelo fato de ser mulher?

Bem oportuna a pergunta para uma Zootecnista. Muitos pensam que há sempre grande preconceito para a mulher no campo. Não necessariamente isso acontece. Como em qualquer lugar, estamos expostos a preconceitos de ordem diversa: além do gênero, cor de pele, origem e até mesmo profissão! O preconceito contra a mulher não necessariamente se dá no campo, que aliás está cada vez mais acostumado com a presença feminina. Muitas vezes em meios em que a diversidade deveria ser considerada natural, nos deparamos com situações constrangedoras. Muitas vezes no meio de colegas de trabalho temos preconceito pela formação profissional. E sabemos que assim como outras situações, não é por uma questão de capacidade ou conhecimento. Por isso a luta em favor da igualdade deve ser lembrada em toda oportunidade, para que todos tenham capacidade de refletir sobre os princípios de liberdade e igualdade.

  1. Quais as recomendações que você daria para que novas mulheres consigam obter o mesmo grau de excelência?

Excelência profissional, seja para mulheres ou para homens, requer dedicação, ética e boa vontade. Dedicação para que o profissional tenha um diferencial que o destaque, ética porque princípios te marcam e norteiam suas relações pessoais e boa vontade porque temos que buscar “servir” para “ser visto”! Todo espaço que conquistei foi uma mistura de fé, estudo e disposição. Importante ter postura, para que conquistemos nosso espaço com profissionalismo.

  1. O que acha de, atualmente, as mulheres estarem ocupando cada vez mais posições altas no mercado de trabalho?

É um reconhecimento como consequência da maior abertura que foi dada. Uma vez que é dada a oportunidade, tudo pode acontecer. E nesse caso a mulher tem aproveitado bem o espaço para desmistificar seu valor como líder, trazendo além de tudo, resultados extras, dada a sua habilidade natural para governança.

Sulivan Alves:

Zootecnista - Sula Alves

Sula Alves é diretora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e foi escolhida, em fevereiro deste ano, para o cargo de coordenadora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade e Meio Ambiente do Conselho Mundial da Avicultura (IPC, sigla em inglês). Zootecnista e doutora em Agronomia pela Universidade de São Paulo (USP), Sula desenvolveu pesquisas junto ao NUPEA (Núcleo de Pesquisas em Ambiência) da ESALQ e em bem-estar animal. Além de mais de uma década de atuação institucional e em empresas do setor, a diretora técnica da ABPA acumula experiências na área acadêmica como professora dos cursos de Ciências Agronômicas, Medicina Veterinária e Zootecnia na Universidade do Rio de Janeiro.

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