Nota de repúdio

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) vem a público expressar seu repúdio diante do lamentável incidente ocorrido em uma clínica veterinária situada na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Na ocasião, uma cliente proferiu ofensas e acusações contra a sócia proprietária do estabelecimento.

O caso iniciou-se no dia 3 de janeiro e, conforme informado ao Conselho, a cliente teria entrado na clínica solicitando atendimento para o cachorro de um morador de rua. Apesar de ter sido informado que o estabelecimento trabalha somente mediante agendamento e que a consulta não poderia ser feita naquele momento, tendo sido feita, inclusive, a recomendação de outras clínicas da redondeza, a cliente se negou a fazer o agendamento.

No dia seguinte (4 de janeiro), a cidadã retornou a clínica procurando pelo veterinário responsável, momento ao qual a sócia da clínica se apresentou e perguntou sobre o estado de saúde do animal. Neste momento, a cliente a acusou de ter negado atendimento ao cachorro e, em seguida, proferiu ofensas a empresária, a chamando de racista pois teria “negado atendimento somente por se tratar de um negro, favelado”, e que não deveria ter funcionárias negras trabalhando na clínica.

Durante o ocorrido, ainda conforme relato, a cliente repetiu suas acusações de forma insistente e ameaçadora. Diante dessa situação, a empresária negou as acusações e solicitou que a cliente se retirasse imediatamente do estabelecimento. No entanto, a cliente se recusava a sair e continuava proferindo ofensas e acusações.

Ao tentar encerrar o episódio, ao fechar a porta, a cliente voltou a investir contra a sócia da clínica, agredindo-a fisicamente, chegando ao ponto de arrancar-lhe a blusa e causar arranhões em seu pescoço. As funcionárias presentes no local intervieram prontamente para afastar a agressora.

Mesmo após ser conduzida para fora da clínica, a cliente continuou com comportamento agressivo, proferindo ameaças e batendo nos vidros da entrada, além de incitar uma briga do lado de fora do estabelecimento. Somente após ser alertada sobre a presença de câmeras de segurança e a ameaça de chamar a polícia é que ela se retirou do local.

Diante da gravidade do ocorrido, foram acionadas as autoridades policiais e feito o registro de ocorrência na delegacia.

No dia 06 de janeiro, a mesma cliente ainda teria retornado à clínica em busca de explicações sobre o incidente, persistindo com suas acusações, ocasião em que foi solicitado que a cidadã se retirasse do local.

O CRMV-RJ ressalta que é inadmissível e repugnante qualquer tipo de comportamento que vise difamar, agredir física ou verbalmente, bem como propagar discursos de ódio e discriminação racial. O ambiente profissional, seja ele qual for, deve ser pautado pelo respeito mútuo e pela cordialidade, não tolerando nenhum tipo de atitude que viole tais preceitos.

Neste sentido, expressamos nossa solidariedade ao médico-eterinário responsável técnico e sócio proprietário da clínica, assim como à sua sócia, que foram vítimas de agressão física e de acusações infundadas.

Esta autarquia reitera seu compromisso com a ética profissional, repudiando veementemente quaisquer atitudes que atentem contra tais princípios. Ressaltamos ainda a importância de que casos como este sejam devidamente registrados e apurados pelas autoridades competentes, visando a garantia da segurança e integridade física e moral dos profissionais e clientes envolvidos.

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