Nesta segunda-feira, 19/08, aconteceu, na sede do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), o I Encontro de Comissões do CRMV-RJ, cujo objetivo foi discutir, no âmbito das áreas de atuação de cada comissão estadual, as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de graduação em Medicina Veterinária, estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), do Ministério da Educação (MEC), por meio da Resolução CNE n° 03/2019.
O encontro foi coordenado pela Comissão Estadual de Educação da Medicina Veterinária do CRMV-RJ: presidente, Paulo Cesar Amaral; e os membros Sandra Thomé, André Vianna e Walker Chagas. O presidente da comissão iniciou apresentando as ações desenvolvidas até o momento, algumas em conjunto com a Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), frente aos assuntos que impactam no ensino, como a oferta de cursos de graduação na modalidade à distância (EaD).
Participaram as Comissões Estaduais de Alimentos, Saúde Pública Veterinária, Animais Selvagens, Meio Ambiente, Medicina Veterinária Legal e Biotecnologia e Biossegurança. Também estiveram presentes os representantes do CFMV, Renato Campello, da Comissão Nacional de Estabelecimentos Veterinários; Marcelo Hauaji Pacheco, da Câmara Técnica de Medicina Veterinária; e Phyllis Romijn, da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária.
A discussão das comissões estaduais do CRMV-RJ abordou as estratégias para o desenvolvimento das competências e habilidades gerais e específicas das DCNs. “As diretrizes curriculares reforçam as características de competências gerais listadas em 2003, levando em consideração também as necessidades atuais”, ponderou o presidente da Comissão Estadual de Educação da Medicina Veterinária, Paulo Cesar Amaral.
A presidente da Comissão Estadual de Medicina Veterinária Legal, Elan Cardoso, apresentou um comparativo entre as Instituições de Ensino Superior (IES) do estado do Rio de Janeiro que oferecem a disciplina de Medicina Veterinária Legal na grade dos cursos. O demonstrativo da presidente da comissão evidenciou que apenas 23,5% das IES fluminenses mantêm a disciplina, que é obrigatória, segundo as atuais DCNs preconizadas pela Resolução CNE n° 03/2019.
A preocupação com o perfil do egresso também foi uma das questões centrais do encontro. “Estamos formando profissionais, mas não sabemos para qual mercado. As empresas contratam, mas não sabem muito bem para quê. Precisamos estreitar os laços entre os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária e estas instituições de ensino para conhecer o perfil deste profissional”, ressaltou o membro da Câmara Técnica de Medicina Veterinária do CFMV, Marcelo Hauaji Pacheco.
Para a presidente da Comissão de Alimentos, Isabelle Campello, é de extrema importância que a visão de gestão de negócios esteja presente em todas as áreas de formação em Medicina Veterinária, como prevê as DCNs. “Hoje, as empresas buscam por profissionais que pensem em toda a cadeia produtiva do negócio e que, com isso, gerem retorno financeiro. O médico-veterinário precisa virar a chave de que não basta ter o conhecimento apenas técnico, é preciso sim entender de gestão.”
A médica-veterinária e membro da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária do CFMV, Phyllis Romijn, acrescenta, também: “infelizmente o estudante quando sai da faculdade, ele só reproduz o que aprendeu. O nosso desafio é fazer com este profissional pense, tenha tomada de decisão e, sobretudo, que se enxergue como agente de saúde pública, que é a essência da formação em Medicina Veterinária”, ponderou a médica-veterinária que acredita que ainda falte planejamento, responsabilização e prazos bem definidos para a obtenção de resultados palpáveis.
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