CRMV-RJ alerta para a importância da profilaxia pré-exposição com vacina antirrábica

Vacina antirrábica, raiva humana,

O CRMV-RJ alerta que profissionais de medicina veterinária e da zootecnia devem tomar alguns cuidados para preservar a saúde. Isso devido ao enfrentamento quase que diário de diversas situações de exposição aos riscos biológicos. Além do uso de equipamentos de proteção individual, como jalecos, luvas, óculos e máscaras nos momentos corretos, é a necessidade de estar em dia com a vacinação.

Apesar da redução na sua ocorrência observada nos últimos anos, a raiva humana continua sendo um problema de saúde pública pela altíssima gravidade do seu acometimento, além do alto custo na assistência, profilaxia e controle da doença. O vírus da raiva é neurotrópico e sua ação no sistema nervoso central (SNC) causa quadro clínico característico de encefalomielite aguda, decorrente da sua replicação viral nos neurônios.

Apenas os mamíferos transmitem e adoecem pelo vírus da raiva. No Brasil, o morcego é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre, enquanto o cão, em alguns municípios, continua sendo fonte de infecção importante. Outros reservatórios silvestres são: macaco, cachorro-do-mato, raposa, gato-do-mato, mão-pelada, guaxinim, entre outros.

O preocupante é que a raiva apresenta letalidade de quase 100% dos atingidos. A imunidade é adquirida pelo uso da vacina e a imunidade passiva, pelo uso do soro.

Segundo o manual de “Normas Técnicas de Profilaxia da Raiva Humana”, lançado em 2014, a profilaxia pré-exposição apresenta as seguintes vantagens: simplifica a terapia pós-exposição, eliminando a necessidade de imunização passiva, e diminui o número de doses da vacina; e desencadeia resposta imune secundária mais rápida (booster), quando iniciada a pós-exposição.

A profilaxia pré-exposição é indicada para pessoas com risco de exposição permanente ao vírus da raiva durante atividades ocupacionais exercidas por profissionais como médicos-veterinários e zootecnistas.

O esquema pré-exposição funciona da seguinte forma, segundo o manual do Ministério da Saúde:

  1. Esquema: 3 (três) doses.
  2. Dias de aplicação: 0, 7, 28.
  3. Via de administração, dose e local de aplicação:
    a) intramuscular profunda, utilizando dose completa, no músculo deltoide ou vasto lateral da coxa. Não aplicar no glúteo; e
    b) intradérmica, 0,1ml na inserção do músculo deltoide, utilizando-se seringas de 1ml e agulhas hipodérmicas curtas.
  4. Controle sorológico: a partir do 14º dia após a última dose do esquema.

São considerados satisfatórios títulos de anticorpos maiores ou iguais a 0,5UI/ml. Caso o resultado seja <0,5 UI/ml, uma nova dose de vacina deve ser indicada e a avaliação sorológica repetida após 14 dias.

Profissionais que realizam pré-exposição devem repetir a titulação de anticorpos com periodicidade de acordo com o risco a que estão expostos. Os que trabalham em situação de alto risco, como os que atuam em laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva e os que trabalham com a captura de morcegos, devem realizar a titulação a cada seis meses. Esse controle sorológico é exigência indispensável para a correta avaliação da pessoa vacinada

Não está indicada a repetição da sorologia para profissionais que trabalham em situação de baixo risco como funcionários de pet shops e veterinários que trabalham em área de raiva controlada, entre outros.

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