Dia Mundial de Controle da Tuberculose acende alerta para prevenção

Dia mundial De controle da tuberculose

Neste dia 24 de março é comemorado o Dia Mundial de Controle da Tuberculose. Nos bovinos e búfalos, a doença é causada pelo Mycobacterium bovis. Ela se torna crônica nos animais e é transmissível para o homem.

Nos bovinos, a doença causa lesões em diversos órgãos e tecidos, como pulmões, fígado, baço e até nas carcaças. Podem ser encontradas também lesões no úbere das vacas. Dependendo da fase da infecção, os animais podem exibir emagrecimento acentuado e tosse, mas, muitas vezes, as alterações da tuberculose não são perceptíveis aos produtores.

No homem, a maioria dos casos ocorre em jovens e resulta da ingestão ou manipulação de leite contaminado. Os trabalhadores rurais podem se infectar inalando perdigotos (aerossóis) de bovinos infectados, desenvolvendo a tuberculose pulmonar. 

A doença causa diversos prejuízos ao pecuarista, dentre eles a queda na produção de leite. Em casos avançados de tuberculose, há perdas também na produção de carne. Outra perda relevante refere-se à condenação de carcaças com lesões de tuberculose no abatedouro. 

Não existe vacina nem tratamento para a tuberculose bovina, portanto a prevenção da entrada da doença é a chave do controle.

“É importante ter controle sobre a compra de animais e só adquiri-los com exames recentes. Também é necessário realizar a prova de tuberculinização dos animais da propriedade de todas as faixas etárias. Se possível, adotar quarentena com animais recém adquiridos. Além disso, o ser humano somente deve ingerir leite fervido ou pasteurizado e evitar comer queijo frescal in natura. O exame anual dos trabalhadores que lidam com animal também deve ser solicitado”, explicou Vera Lucia Teixeira de Jesus, que é doutora em sanidade animal e docente no Departamento de Reprodução e Avaliação Animal do Instituto de Zootecnia da UFRRJ.

Quando constatada a doença, deve ser feita imediata notificação ao órgão de Defesa Animal do Estado e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Vera Lucia Teixeira de Jesus

Graduação em Medicina Veterinaria pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1981), mestrado em Medicina Veterinária (Patologia Veterinária) pela Universidade Federal Fluminense (1990) e doutorado em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2003). Atualmente é professora adjunto da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Fisiopatologia da Reprodução Animal e Epidemiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: tricomonose, diagnóstico, semen e manejo reprodutivo.

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