Dia Internacional da Mulher: Conselheira do CRMV-RJ fala sobre mulheres em cargos de liderança

Dia da mulher: Jussara Petters

Na série “Mulheres que nos representam”, o CRMV-RJ traz como personagem de hoje a conselheira do regional Jussara Peters Scheffer (CRMV-RJ nº 11832), que atualmente é, também, presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária (CBCAV).

O intuito das entrevistas é o de destacar a força profissional das médicas-veterinárias e zootecnistas do Rio de Janeiro, que cada vez mais tem conquistado espaços nos cenários estaduais e nacionais dessas áreas de atuação.

No Rio de Janeiro, dos 12.060 médicos-veterinários e zootecnistas registrados e ativos no Conselho Regional, 7.505 são profissionais do sexo feminino, ou seja, 62,23% são mulheres. Além disso, 50% do quadro de conselheiros efetivos é composto por mulheres.

Segundo dados do CFMV, dos 148.037 médicos-veterinários atuantes que fazem parte do Sistema CFMV/CRMVs, 53% são mulheres, o que representa 79.858 Veterinárias e entre os 9.204 Zootecnistas atuantes, o público feminino ocupa 32% do mercado. Ainda segundo o Órgão, 144 mulheres ocupam cadeiras nas diretorias e conselhos deliberativos no Sistema, sendo sete presidentes de regionais.

Confira a entrevista:

  1. Como surgiu seu amor pela medicina veterinária?

Apesar de amar os animais, de conviver com diferentes espécies desde de muito novinha, estar sempre em ambiente rural cercada de cavalos, cachorros e gado, decidi seguir a carreira de médica-veterinária pelo amor a medicina, pelo amor a ciência e por sempre gostar de desafios. Logo no início da faculdade me apaixonei pela área de cirurgia, inicialmente de grande e pequenos animais, depois me especializando em cirurgia de pequenos animais.

  1. Como você consegue conciliar sua vida pessoal e mesmo assim exercer a medicina Veterinária com excelência?

Não é nada fácil conciliar a vida profissional com a vida pessoal. Hoje não tenho filhos, mas tento sempre organizar minha vida profissional de modo a ter algum livre para dar atenção aos meus pais, atenção a minha família e amigos, tempo para relaxar…

Não é fácil, pois na área de cirurgia, às vezes, nossos pacientes necessitam de atendimentos emergenciais. Além disso, quando nos dedicamos a vida acadêmica, nosso tempo é dividido com horas ministrando cursos e palestras. Dependendo do cargo em que assumimos dentro de nossa profissão, nosso tempo fica ainda mais disputado, entre aulas, cirurgias, organização de congressos, coordenação de pós-graduação, enfim são muitas as funções. Com isso, temos que ter muito cuidado para não deixar a família e amigos de lado. Lembrar sempre que nossa vida pessoal é muito importante e que momentos de folga e diversão são a essência para uma mente saudável, o que auxilia a executarmos nos atividades profissionais com excelência.

  1. Alguma vez você sentiu na pele indícios de preconceito pelo fato de ser mulher?

Sim, logo no início da profissão. Como me formei muito nova e trabalhava com cirurgia de equinos, passei por alguns episódios de preconceito. Mas superei mostrando que tinha habilidade suficiente para exercer minha profissão. Como cirurgiã de pequenos animais, até que meu trabalho fosse reconhecido, algumas situação surgiram, mas sempre passei por todas com cabeça erguida, sem deixar que isso me atrapalhasse.

  1. Quais as recomendações que você daria para que novas mulheres consigam obter o mesmo grau de excelência?

Diria que quando exercemos nossa profissão com excelência e ética, o reconhecimento naturalmente surge. Nos aprimorarmos nas áreas que gostamos é de extrema importância. Cursos, congressos, estudar sempre! Sejam humildes, mas sempre fortes e confiantes. “Quem acredita sempre alcança!”

  1. O que acha de, atualmente, as mulheres estarem ocupando cada vez mais posições altas no mercado de trabalho?

Acredito que mulheres assumindo cada dia mais cargos de grande importância no mercado de trabalho mostra a força e capacidade da mulher em assumir lideranças, atuando em diferentes áreas que necessitam de concentração, frieza, destreza, organização e liderança. Contribui para a representatividade feminina na medicina veterinária.

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